segunda-feira, 31 de maio de 2010

BOM DIA...

Amanheço em plena segunda...

O que vejo?

Gente presa

Gente solta

Gente tesa

Gente louca

Em terapia

Sobre a pia

Em agonia

E eu esperando apenas um bom dia.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

PROCURA-SE

Preciso de um par
(há de ser tolo pra ser meu par)

Em cada encontro
(há de nos faltar tempo e sobrar assunto)

Rolaremos no campo da conversa
Abriremos as portas das nossas almas crianças
Que cuidarão de improvisar mímicas loucas e soltas
Vamos cuidar de rir até não poder mais
(rir de gente e principalmente da gente)

Em cada despedida

Um abraço no sossego
e a certeza de que a festa será em breve
e em qualquer lugar

quinta-feira, 27 de maio de 2010

O ESCURO DA NOITE E A MINHA DOR

A noite em seu traje mais longo
Segue atenta à minha dor

Em trajes sumários,
minha dor vem suave, vem lenta,
cheira a ausências

Tem olhos presos no horizonte mudo
(prometendo tudo)
Olhos que esperam pela estrela cadente que há de passar
Nas mãos o coração dobrado em bilhete
No peito um desejo latente prontos para lhe entregar


Pouco se lhe dá
se o verso é excêntrico ou comezinho
se pueril ou se sozinho

Sabe apenas ser dor e que a tormenta vive no escuro da noite
antes de o dia se aproximar

terça-feira, 25 de maio de 2010

GENTE QUE SABE DA VIDA E O QUE DELA QUER

O frio me chega aos ossos
A agonia de agora é tão espessa que dela vejo a cor
(cor de fumaça)
Procuro alguém que me distraia até que este momento passe
Em sofrimento ouço uma voz a me dizer : "isso não é nada, vai passar"
Pra me convencer fico a repetir:
vai passar
vai passar
vai passar
vai passar
Em meio ao turbilhão tem uma outra voz ( mas essa só eu ouço)
fala baixinho, calma, doce feito gente que sabe da vida e o que dela quer, que diz:
Por que você foi inventar de parar de fumar?

segunda-feira, 24 de maio de 2010

PIEGUICE REAL

Remexe cá dentro o que não se explica

Não posso mergulhar, fico na superfície.
(no fundo, sinto dor)

Cá em cima
eu rio
eu grito
Satirizo a vida e durmo cedo

Às vezes, preciso de um parque
de um caminho

Pra pano de fundo
Pego fundo

Livros, (quando gosto piro quero dividí-los)

Estrela, “a Estrela Dalva no céu desponta” (vivo procurando por ela no céu)

Lua, “...manda a tua luz prateada despertar a minha amada...” (me fascina)

Música, (viajar pra dentro, não sei se existe algo que eu possa amar mais que a música)

E mais livros...

E mais “lua linda”

A música me acolhe

O livro me desnuda...

sábado, 22 de maio de 2010

SÁBADO BALA!!! ANIVERSÁRIO TRIPLO

Só hoje três festas de aniversário, êbaaaaaaaaaa!

Durante o dia um almoço comemorando os nívers da Mazé (irmã) e da Ju (sobrinha).
Com uma galera dez passamos o dia conversando e rindo mais que tudo.
Em meio aos ruídos que fazem bem aos ouvidos e o entra e sai da casa, sempre acolhedora da Mazé, revivemos momentos cada vez mais raros.

À noite teremos a comemoração do níver da Su, amiga de muito tempo e mais uma vez teremos uma sessão de conversas e risos, agora entre amigos, mas com a aquela alegria especial que sempre se renova no encontro entre pessoas que se amam.

Felicidade também é isso!

sexta-feira, 21 de maio de 2010

OLHAR

Quando aquela tristeza infinita me visita

fico sem saber se estou olhando a vida

ou é a vida que me olha

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Niels Lyhne

"...Ela, porém, cansou-se de suspirar. A irritante inutilidade de suas lamentações levou-a ao ceticismo e à amargura; assim como certos devotos calcam aos pés a imagem de um santo quando ele não demonstra o seu poder, assim também ela escarneceu da poesia idolatrada, e perguntou-se ironicamente se, de fato, não acreditara que o pássaro dourado em breve surgiria no canteiro de pepinos ou que a caverna de Aladim estava para se abrir sob o assoalho da leiteria. Num acesso de cinismo infantil, divertiu-se em forçar a nota prosaica da existência, comparar a lua a um queijo fresco e as rosas a potes de pomada, em tudo isso experimentando a satisfação da vingança e, ao mesmo tempo, a sensação meio inquietante e meio excitante da blasfêmia."

quarta-feira, 19 de maio de 2010

VADIAS

O telefone toca e a voz gentil que ouço é da mocinha informando que minha conta entrou no vermelho .

Por instantes me calo, paro meus olhos na telinha por onde desfilam as caras mal-lavadas, mas bem-vestidas, trôpegas na
moral, mas muito bem-calçadas (duplamente, triplamente), das vadias do Sistema.

A podridão exala, porém, seus odores fétidos são disfarçados em perfumes caros. Elas, as vadias do Sistema, são como
viúvas elitizadas, não esperneiam, não gritam.

Apenas desfilam vestes caras e negras, óculos caros e escuros e silêncios blindados e muito bem-ensaiados.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

DIRIGINDO E CURTINDO MUITOOOOOOOOOO

parcerias
Faço uma troca com o dia
olho pra ele e ganho em poesia
é possível até acreditar
que ele me sentia


pinturas

Num céu pincelado de outono
peço licença ao mundo
precisamos ficar a sós

viagem mental , viagem astral , viagem literal

fim de dia , longa estrada ,
céu de outono pintado de sol se pondo
voz da Amy no rádio e uma outra ao telefone


arco-íris

Céu que brinca , quando pinta o sete

sexta-feira, 14 de maio de 2010

DESCOMPASSO

Tempo de dar um tempo

sair de cena bem devagarinho

se esconder no ninho

até poder emergir

e acertar a cadência

da dança que balança

a vida

terça-feira, 11 de maio de 2010

AZUL E ROSA (A Letícia gosta)

O menino que brincava
sorrindo mentiu
a menina que sonhava
de olhos fechados caiu

Ele sabe correr e não teme a vida
Ela tenta se igualar mas está ferida

segunda-feira, 10 de maio de 2010

VI, NÃO VI

Outro dia
Vi a cor do céu
Quando o sol morria

No infinito que havia
Descobri você
Aonde não devia

Você não conseguiu me amar
E nem ver a lua que eu via

sábado, 8 de maio de 2010

Hoje simplesmente invejando, copiando - quero "galetear" Saramago - como é bom!

"... As palavras são assim, disfarçam muito, vão se juntando umas com as outras, parece que não sabem aonde querem ir, e de repente, por causa de duas ou três, ou quatro que de repente saem, simples em si mesmas, um pronome pessoal, um advérbio, um verbo, um adjetivo, e aí temos a comoção a subir irresistível à superfície da pele e dos olhos, a estalar a compostura dos sentimentos, às vezes são os nervos que não podem aguentar mais, suportaram muito, suportaram tudo, era como se levassem uma armadura, diz-se. A mulher do médico tem nervos de aço, e afinal a mulher do médico está desfeita em lágrimas por obra de um pronome pessoal, de um advérbio, de um verbo,de um adjetivo, meras categorias gramaticais, meros designativos, como o são igualmente as duas mulheres mais, as outras pronomes indefinidos, também eles chorosos, que se abraçam à da oração completa, três graças nuas sob a chuva que cai..." (Ensaiosobreacegueira - 267)

Volta e meia, um verso dele, que terá me atingido em cheio, será trazido pra cá, para "galetearmos" essa delícia que é esse filho de Portugal.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

VALEI-ME ZECA BALEIRO! (o mundo está blue)

É quando a semana se finda e a tarde se entrega
que a solidão vira mundo
solo vasto solo falso solo fundo

No escuro de mim
Arrepio o sentido
Desequilibro
Me ponho a voar

Voo longo Vou ao centro Voo dentro
Quando bem longe eu me acho
Me ponho a chorar

Sem pai nem mãe tampouco
Grito mudo grito surdo grito louco
Quem virá me sublimar?

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Então, ninguém me via

Na janela ao lado uma mulher me sonda
De dentro uma outra me ronda
De fora outra aflora

ouço o infinito
e as mulheres que grito

inocentes prematuras
adolescentes inaturas
adultas imaturas

os santos nem sempre me acham

Arrisco um chocolate
hummm, boa esta idéia, como dois