segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Ideologia - Cazuza/Frejat

Meu partido
É um coração partido
E as ilusões
Estão todas perdidas
Os meus sonhos
Foram todos vendidos
Tão barato
Que eu nem acredito
Ah! eu nem acredito...

Que aquele garoto
Que ia mudar o mundo
Mudar o mundo
Frequenta agora
As festas do "Grand Monde"...
Meus heróis
Morreram de overdose
Meus inimigos
Estão no poder
Ideologia!
Eu quero uma pra viver
Ideologia!

O meu prazer
Agora é risco de vida
Meu sex and drugs
Não tem nenhum rock 'n' roll
Eu vou pagar
A conta do analista
Pra nunca mais
Ter que saber
Quem eu sou
Ah! saber quem eu sou..
Pois aquele garoto
Que ia mudar o mundo
Mudar o mundo
Agora assiste a tudo
Em cima do muro

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Lança que lança que mata

Grito um grito
Lambo um risco
Mato um poema
Escondo-o no mato

Entrego às flores o sonho que sonho
que calam nas cores as dores que calo

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Rotina

trânsito
transito
sangue
rito

transe
transeunte
lembranças
um grito

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Pedaços de uma história.. .

...O devaneio devaneia em mim, variável sem controle, nau perdida.

O Salvador não me acha.

Um pensamento me incomoda: já que não fui muito feliz no sorteio do mundo, que tal ser a mártir do final selado com o beijo longo e ardente?

Ou os presságios da boca do vidente?

Ou ainda, atirar-me no meio da igreja pra depositar meu lixo nas “mãos do Senhor” e meu dízimo nas “mãos do Pastor?”
...

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Posso tudo (quase tudo)

Hoje escolho
divagar
não olhar
me calar

apreender lembranças
perfumes e palavras

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Tempo

É noite
A ovelha está perdida no vazio imenso
É hora de abraçar a negra cor

Ainda ocupado, Senhor?
Ouça, há sangue neste silêncio
Recolhe este momento que se veste de dor

É dia e o sol brilha
Alguém abre os olhos

É tarde
Perdeste, Senhor!

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Eu quero

Palavras e sintagmas
escorrendo feito chuva

(O descalabro dos meus limites
estará surdo aos seus palpites)

E assim, alheia em mim, perdida enfim
farei jus ao nada
grande nada
imenso nada

Início
Meio
e Fim

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Realidade simples assim

Pra não me afogar no mar de pieguice
Escolho ser prática, olhar nos olhos do mundo
No encontro gratuito com um passarinho tenho outro ataque
e finalmente entendo o que é não ter correntes nem umbigo