segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Jogo de cartas “Útil – Inútil”

Num repente, por trás dos panos da sinceridade, a sra. Utilidade!

Estava bem ali, vestida em panos bonitos
Exibindo ares nobres e laços de fita

Numa mesa de cartas marcadas,
Vi seus olhos frios de quem maneja, planeja
onisciente, onipresente, quase um deus.

Percebi que não havia vestígios de roubo
Era apenas um jogo
Onde se escolhia qual a carta a comprar
pois outra teria que descartar

Como quem investe
se veste
pra salvar a pele e ganhar o jogo

ela cantarolava nas páginas de um livro
uma cantiga de rima antiga

E no vento de seus movimentos
um som quase imperceptível
útil – inútil; compro - descarto
E isso tudo era só a minha vida

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

...

"Agora são dez horas e você pode ver como o mundo oscila; há uma hora eram nove, dentro de uma hora serão onze; a cada hora que passa nós amadurecemos; a cada hora apodrecemos; nisso há toda uma história."

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

viagens mudam a minha rotina

Outras paisagens
outras pessoas
ora voando
ora guiando
de passageira
de companheira

ao mesmo tempo em que me cansa o corpo
faz um bem enorme a tudo o que dorme

terça-feira, 24 de agosto de 2010

PASSARIM - TOM JOBIM

Passarim quis pousar, não deu, voou
Porque o tiro partiu mas não pegou
Passarinho, me conta, então me diz:
Por que que eu também não fui feliz?
Me diz o que eu faço da paixão?
Que me devora o coração..
Que me devora o coração..
Que me maltrata o coração..
Que me maltrata o coração..

E o mato que é bom, o fogo queimou
Cadê o fogo? A água apagou
E cadê a água? O boi bebeu
Cadê o amor? O gato comeu
E a cinza se espalhou
E a chuva carregou
Cadê meu amor que o vento levou?
(Passarim quis pousar, não deu, voou)

Passarim quis pousar, não deu, voou
Porque o tiro feriu mas não matou
Passarinho, me conta, então me diz:
Por que que eu também não fui feliz?
Cadê meu amor, minha canção?
Que me alegrava o coração..
Que me alegrava o coração..
Que iluminava o coração..
Que iluminava a escuridão..

Cadê meu caminho? A água levou
Cadê meu rastro? A chuva apagou
E a minha casa? O rio carregou
E o meu amor me abandonou
Voou, voou, voou
Voou, voou, voou
E passou o tempo e o vento levou

Passarim quis pousar, não deu, voou
Porque o tiro feriu mas não matou
Passarinho, me conta então, me diz:
Por que que eu também não fui feliz?
Cadê meu amor, minha canção?
Que me alegrava o coração..
Que me alegrava o coração..
Que iluminava o coração..
Que iluminava a escuridão..
E a luz da manhã? O dia queimou
Cadê o dia? Envelheceu
E a tarde caiu e o sol morreu
E de repente escureceu
E a lua, então, brilhou
Depois sumiu no breu
E ficou tão frio que amanheceu
(Passarim quis pousar, não deu, voou)
Passarim quis pousar não deu
Voou, voou, voou, voou, voou

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

NINAR

Vejo numa frase musical
o abismo entre geografias

Dentro do violão está a canção

Ouça: meus dedos choram acordes dissonantes

“Durma, menino, durma”
Eu fico aqui impedindo os barulhos do mundo

A viagem é ultrassônica e nossos planetas desiguais

sábado, 21 de agosto de 2010

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

LIVRO

Estou precisando de mudança

Bem que podia surgir

mais um livro em minhas mãos

dos bons...

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

INSÔNIA

Após virar-se pra lá e pra cá, identificara mais uma vez a insônia (ultimamente visita insistente).

Era sempre assim, um desconforto, uma falta de jeito, um sabe-se lá o quê até que identificasse a real situação no quarto escuro.

Aquela madrugada não seria diferente. Mais uma vez um monstro do tamanho do universo ali, cara a cara. Sabia de antemão que teria que, feito um bezerro desmamado, encarar o vazio, entregue e sozinha.

Como deixara de acreditar em deuses sabia que nada alteraria em um milímetro aquela realidade, aquele instante de lucidez plena.

Vida morte morte vida rio pedra folha flor
no mesmo leito
com a mesma cor

Assim, abandonara-se, deixando que o NADA a tomasse sem mais nenhum debate até que o sol invadisse o quarto e numa onda de calor anestesiasse seus sentidos para mais um dia de vida (?)

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Do lado de cá - Lance de sorte?

Fragilizaram seu corpo
Sedaram suas angústias

A impotência me sorri como nunca

Trago asas quebradas que já não doem

O que grita o que fica
é o silêncio que a escuridão obriga

Pergunto: onde é que a loucura mais se avizinha, mais se estreita?

No Posto 1, na Ala 70 ou na fila de mães reféns?

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Tevê

(Zeca Baleiro E Kléber Albuquerque)

Um filme na tevê
Um corpo no sofá
Um tempo pra moer
o vidro do olhar
E a vida a passar
A vida sempre a passar
Passar

Olhando a estrela azul
azul da cor do mar
Comédia comum
ou um drama vulgar
E a vida a passar
A vida sempre a passar
Passar

Comercial de xampu
Cerveja e celular
Modelos para crer (Mentiras para crer)
e credicard
A consumir a consumir
A consumir o olhar
O olhar

Olhando a estrela azul
Um quadro a cintilar
Vendendo ilusões
a quem não pode pagar
E a vida a passar
A vida sempre a passar
Passar

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

CONTINENTES

Viajando pelos poetas dos tempos idos e os de então
Descobri que quanto mais bela a poesia
mais triste o coração

O que pulsa solitário
Em todo continente
É poeta embalando
a dor que sente

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

APRENDER SIGNIFICA MUDAR

Desde os tempos de criança sinto prazer em aprender. Isso fez e ainda faz de mim alguém que muda muito. Já sofri com e por isso.

Hoje aprendi que não tinha como ser diferente e entendi o quanto isso é bom. Não fechar questão NUNCA é uma boa e aprender com a ciência, que anda mais viva do que nunca, é melhor ainda.

Ontem, como exemplo, aprendi a mexer num software novo e, paralelamente, fui chamada à reflexão sobre: por que gostamos das pessoas? Não conto agora a conclusão. Quem passar por aqui, se quiser pensar, pense e depois me conte.

Não querendo pensar também tá valendo. Oxigenar a mente nem sempre é fácil, apesar de ser ÓTIMO!

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Dois Pra Lá, Dois Pra Cá

Composição: João Bosco/Aldir Blanc

Sentindo o frio
Em minha alma
...

Meu coração traiçoeiro
Batia mais que o bongô
Tremia mais que as maracas
Descompassado de amor...

Minha cabeça rodando
Rodava mais que os casais
O teu perfume gardênia
E não me perguntes mais...

A tua mão no pescoço
As tuas costas macias
Por quanto tempo rondaram
As minhas noites vazias...

No dedo um falso brilhante
Brincos iguais ao colar
E a ponta de um torturante
Band-aid no calcanhar...

Eu hoje, me embriagando
De wisky com guaraná
Ouvi tua voz murmurando
São dois prá lá
Dois pra cá...

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

família...

que se vê
que assiste TV

que conta história
que lança semente

que mente
que grita
que sente

que ama
mas vai embora
que ora
mas chora