sexta-feira, 8 de julho de 2011

MEIO

8h30 - 0 horário marcado - Não durmo, antecipo tudo!
Na rua dou voltas, arrisco um café. Faz muito frio e é cedo ainda. Com uma antecedência aceitável chego no local marcado.

Na antessala estou só, tiro de dentro da minha bolsa o solilóquios de santo agostinho, me canso dele e decido pela revista solitária que mora num canto qualquer daquele lugar. Leio, leio, me enleio. Na última página me encontro com uma crônica do Mazza sobre: Curitiba na ternura mas também no furor. A história, ali depositada, sabe-se lá por que cargas d’água tem a ver com a minha vida ou apenas com algum momento... (Talvez nem tenha).

Tento cessar meus pensamentos que agora recaem sobre o sol que não se põe e que também não nasce, só sabe fazer brilhar ininterruptamente, no entanto, vivemos assistindo ao falso espetáculo diariamente.
Estou assim, solta no espaço da sala dos meus pensamentos, quando me vem um desejo de mutilar a revista, arrancando a página com aquela crônica (isso é roubo??? )

O silêncio da sala acaba quando pessoas (normais) chegam para o dia de trabalho. Passam por mim, várias delas, sem me verem. Chega, também, um grupo que agora divide espaço comigo e pelo que ouço a reunião é, também, para às 8h30, e adivinhem? Sou preterida!

Minha respiração, cansada da noite insone, vem lenta e profunda, mas eu a ouço.

Foi assim que, meio poeta, meio executiva, meio delinquente, e no meio do caminho, às 9h30, entro na reunião cheia de coragem e com uma vontade imensa de acordar meus brios, de mudar os rumos, mas, no meio de tudo eu não saio mais: voltei a trabalhar!
06.07.2011

2 comentários:

  1. Tudo no seu momento! Esperar o momento que é complicado.

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  2. Aiii amiga...é a rotina de volta ao seu dia-a-dia.
    É bom com ela? Pior sem ela?
    Espero um dia ter esta resposta.

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