"Ali está o pai com o filho idiota diante da fonoaudióloga. Quase esquece que também tem uma filha normal – mas crianças normais só precisam de água, que elas vão crescendo como couves.
(…) A criança não se concentra muito, diz a fonoaudióloga, e ele se afasta dali quase arrastando o filho, e no corredor sente o olhar agudo dos outros para o pai que leva aos trancos uma pequena vergonha nas mãos, incapaz de repetir duas ou três palavras numa sentença simples. (E no entanto a criança abraça-o com uma entrega física quase absoluta, como quem se larga nas mãos da natureza e fecha os olhos.)"
Cristovão Tezza
Décimo Primeiro Capítulo
Há 14 anos
Passei por aqui
ResponderExcluirEsse livro é muito, muito bom. A forma como Tezza descreve os sentimentos do pai, que é ele próprio, não poderia ser mais perfeita.
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